27 de abr. de 2003

FLAMENGO x CURINTCHA, RIO x SÃO PAULO



Amanhã tem Flamengo x Curintcha. Por particularidades da história do futebol brasileiro, o clássico não desperta todas as atenções que justificaria. Noutras latitudes, o superclássico, aquele para o qual os torcedores se preparam psicologicamente um semestre inteiro, costuma ser o jogo entre os maiores clubes das duas principais cidades do país. Real Madrid x Barcelona é apenas o exemplo mais óbvio. Também é o caso de Benfica x Porto, Arsenal x Manchester United, Paris Saint Germain x Olympique de Marselha (o clube do coração de todos os meridionais).

No Brasil, pela descentralização em que se desenvolveu nosso futebol, as rivalidades são, antes, locais. Superclássico é Fla-Flu, é Grenal, é Curintcha x Parmera.

Mas, embora encarado como mais um jogo do calendário, Flamengo x Curintcha é mais que um clássico. É o confronto entre dois modos de vida, entre duas concepções distintas e não raro antagônicas da vida e do Brasil.

Por conta dessa descentralização, muito rubro-negro nutre simpatias pelo Curintcha, por ser o clube do povão de São Paulo, e pelos mesmos motivos muito curintchano gosta do Flamengo. Não assim o Tinhorão. Não tenho a mais mínima simpatia pelas cores (or lack thereof) do Curintcha. Não gosto de seus ídolos (Vladimires e Biros-Biros e Pequenos Polegares), não desgosto de seus inimigos e não acho a menor graça em sua torcida.

Certa vez, no início dos anos 90, vendo um jogo qualquer do Curintcha pela TV, ouço uma algaravia indecifrável vindo das arquibancadas. Apuro o ouvido e mal consigo discernir que se trata apenas de uma vogal, um O prolongado até a torcida perder o fôlego. A coisa mais sem graça que já ouvi num estádio. Tempos depois, no Maracanã, ouço a torcida do Flamengo, feliz com o time, cantar com toda a ginga, com a pura intuição musical do carioca a melodia de Runaround Sue (um twist do Chubby Checker). Uma coisa linda aquelas trinta, quarenta mil vozes cantando, não um, mas todos os Os do mesmíssimo refrão.

E essa pequena diferença, senhores, diz muito sobre as torcidas de Flamengo e Curintcha. Nos anos 80, quando Zico, Júnior e Leandro punham os adversários na roda, nós dávamos a trilha sonora com Bumbum Paticundum Prugurundum. Todo o mundo sabia a letra, todo o mundo cantava no ritmo, todo o mundo pulava no compasso. Quando conquistamos nosso último título nacional, em 1992, todo o mundo cantava o samba da Mocidade -- Sonhar não custa nada / E o meu sonho é tão real -- enquanto nosso sonho ia concretizando-se ali, na nossa frente, nos pés hábeis de Júnior, na raça do infatigável Nélio, nas cabeçadas mortais do Gaúcho.

Do outro lado, além de uma vogal prolongada até se perder a voz, o que é que canta a torcida do Curintcha quando o time joga bem e ela esquece, por um breve momento, que mora em São Paulo, que na volta tem engarrafamento debaixo de uma garoa de merda, que de noite tem as sobras do frango com macarronada? Ela jura que canta samba, senhores! Mas canta com a mesma intimidade com que canta o twist do Chubby Checker. “Me dê a mão / Me abraça”... Uma merda, um lixo! Fosse no Rio, com esse sambinha e esse desfile, a escola seria rebaixada do Grupo de Acesso.

Sei que estou cansando meus três leitores com essas divagações e, por isso, não quero alongar-me no que faz de Flamengo x Curintcha o duelo de duas concepções opostas da vida e do Brasil. Com essas considerações musicais, apenas esboço o que eu queria dizer.

Digo só mais uma coisa: ultimamente, essa torcida que não sabe torcer tem tido o topete de se comparar à nossa, alardeia aos quatro ventos que é a maior do Brasil. Não é verdade, e os números bem o demonstram. Mas é fato que, de uns dez anos para cá, começou a acontecer essa coisa inusitada: muita gente de fora de São Paulo passou a torcer para os times de lá. Até então, Curintcha e Parmera só tinham torcida em seu estado. O resto do Brasil dividia-se entre os times locais e os do Rio. Não sei bem o que dizer sobre isso. Digo, apenas, que é muito difícil eu me identificar com um país que se identifica com São Paulo.

Deve ser banzo. Estou há tempo demais longe do Rio. E, apesar de tudo o que está acontecendo por lá, apesar dos Garotinhos e do estado de calamidade que eles juram controlar um dia, apesar de tudo estou morrendo de saudade.

Preciso urgentemente ir ao Maracanã.

21 de abr. de 2003

CONSIDERAÇÕES SOBRE O GALO



Quando eu despertei para o futebol, um dos fatos que mais chamavam a minha atenção era a singular aptidão que tinha o Clube Atlético Mineiro para se foder de verde e amarelo -- ou de preto e branco, como queiram. Era a época do maior Flamengo de todos os tempos, e Leandro, Júnior, Nunes e Zico fizeram do detestável Galo das Alterosas eterno freguês ressentido do Flamengo.

Seria um exercício inútil enumerar aqui todas as ocasiões em que o Galo chegou para decidir e a massa atleticana -- como, em Beagá, e só em Beagá, se convencionou chamar a torcida do time -- saiu do estádio cabisbaixa e com as insossas bandeirinhas alvinegras enroladas. Nem este post tem por objetivo fazer um levantamento histórico dessa magnitude. Pretende, antes, aventurar-se no terreno batido da psicologia de botequim e esmiuçar as razões pelas quais são tão numerosos os fracassos atleticanos na hora de decidir.

Quem não conhece Beagá como eu conheço há de estar justificadamente surpreso com a pretensão diletante do Tinhorão de se meter em coisa tão complexa como a psicologia coletiva de uma torcida composta por gente das mais variadas condições, classes sociais, preferências sexuais etc. Mas o forasteiro que visita Beagá e trava contato com a torcida do Galo não demora a se convencer de que está diante de um fenômeno psicológico digno de ser estudado em maior profundidade: é a torcida mais ressentida do Brasil, a mais recalcada, a mais invejosa.

Mas não se trata só disso. Essa patologia coletiva engendrou uma outra, muito mais irritante para o forasteiro que queira debater racionalmente com essa gente: à força de tanto se foder, o atleticano acabou convencendo-se de que nada do que lhe aconteça de ruim é culpa de seus jogadores. O Galo é eternamente perseguido, eternamente injustiçado, eternamente sacaneado por uma instituição sinistra que eles denominam o Eixo.

Na cabeça ressentida dessa gente, os dirigentes de Rio e São Paulo (o Eixo em questão é o Eixo Rio-SP) sentam-se regularmente a uma mesa redonda n'algum lugar secreto e inconfessável e comprazem-se em inventar novas fórmulas para sacanear os clubes de fora do Eixo, mas mui especialmente o Galo. Chega a ser comovedor, de tão inocente, imaginar Eurico Miranda atirando-se aos braços de Hélio Ferraz e, juntos, irmanados, comprometerem-se a fazer todos os esforços possíveis para ajudar o maior inimigo se ele disputar o que quer que seja com o Atlético.

Seria apenas mais uma teoria conspiratória entre tantas se não redundasse em conseqüências bastante palpáveis: com o refinamento da teoria, os atleticanos têm sempre à mão uma desculpa infalível a justificar todos os seus fracassos: é tudo culpa do Eixo. O Atlético fez dez pontos a mais que o campeão São Paulo em 1977, e ainda assim teve de decidir nos pênaltis? Culpa do Eixo, que, ao elaborar o regulamento, previu que o Galo ia disparar na frente. O Reinaldo foi expulso por fazer especulações sobre a honestidade da mãe do Sr. José de Assis Aragão, em 1980? Culpa do Eixo. O Palhinha foi expulso na mesma ocasião porque pediu para ser expulso? Culpa do Eixo. O Reinaldo foi expulso no ano seguinte por calçar o Zico por trás? Culpa do Eixo.

E, enquanto o atleticano mergulha nessa auto-complacência que tudo explica como maquinações sinistras de uma entidade fictícia, o cruzeirense trata de trabalhar, aceitar seus próprios fracassos como decorrências de imperfeições suas e vai, ao longo do tempo, acumulando títulos e mais títulos de relevo, entre Copas do Brasil e Copas Libertadores.

Por que isso agora? Porque Cruzeiro e Atlético têm tudo para disparar na frente neste Brasileiro. A minha aposta é que chegou a vez de o Cruzeiro levantar a taça. Num campeonato tão longo, serão inúmeras as oportunidades para o atleticano convencer-se de que o estão sacaneando e mergulhar nesse fatalismo tão típico dele.

Difícil vai ser explicar por que cazzo o Eixo fez do também belo-horizontino Cruzeiro o campeão do Brasil de 2003.

16 de abr. de 2003

SIN PALABRAS

10 de abr. de 2003

O ANTI-RUBRO-NEGRO

Esta semana recomeçaram, pela centésima vez, os rumores de que Romário poderia estar de volta à Gávea.

Talvez seja honesto deixar claro, desde já, que minha percepção sobre este assunto está fortemente condicionada pelo relacionamento que, ao longo dos anos, o anãozinho manteve com nosso ídolo maior.

Quando o Flamengo era o Flamengo e jogar lá era um privilégio, não um favor que nos faziam, seria inconcebível um atleta que desejasse continuar vestindo o Manto sair dizendo desaforos ao Zicão. Chamá-lo “perdedor” porque não ganhou uma Copa do Mundo seria interpretado da única maneira admissível: como um desrespeito supremo ao Clube de Regatas do Flamengo, a sua história, a suas conquistas, a sua torcida. Ofender dessa maneira alguém que ganhou tudo pelo Flamengo, que escreveu o nome do Flamengo na taça de campeão do mundo, seria encarado como pouco caso intolerável à centenária história rubro-negra: os títulos do Flamengo, mesmo os mais importantes, mesmo os que custaram o sangue de seus jogadores, valem pouco ou nada na opinião do débil-mental que diz uma coisa dessas.

Que vá jogar com essa atitude no Fluminense ou no Vasco é problema do Fluminense ou do Vasco. Se quer jogar com essa atitude no maior clube do mundo, que vá para a puta que o pariu. Assim deveria reagir todo rubro-negro consciente e orgulhoso da história de seu clube. Claro, há os imbecis de pai e mãe que, entre Zico e Romário, estão com o anão. Há os calhordas que, diante do corte do nanico da Seleção de 1998, têm o topete de ir ao aeroporto -- com a camisa do Flamengo! -- fazer um teatrinho histérico e rasgar a foto do Zico.

Bem sei que o rapaz em questão levou uns tabefes merecidos numa briga de bar. Mas não foi o único a merecê-los. Existe uma geração perdida, que acompanha futebol de 1993 para cá, para quem o paradigma de craque e ídolo será eternamente o anãozinho vagabundo do Romário, com seu ego inflado e seu desprezo pelas cores que veste. Esses garotos, salvo os que se ilustraram e aprenderam o que é ser Flamengo, também mereciam levar uns safanões em casa. E o Romário, ídolo dessa gente que, ao idolatrá-lo, cospe no símbolo do clube, não devia poder passar nem na calçada de nossa sede.

Existem outras considerações, mais comezinhas, pelas quais não quero esse anão vagabundo na Gávea. Têm a ver com o ambiente de trabalho do clube, que se veria irremediavelmente perturbado com a volta do arruaceiro do Romário, num momento em que o de que o Nelsinho mais precisa é de tempo e tranqüilidade para botar a casa em ordem e montar um time.

Mas, francamente, diante de motivos que têm a ver com a nossa identidade de rubro-negros, nem deveria ser necessário esboçar esses outros argumentos.

7 de abr. de 2003

OLHA O BOZZANO AÍ...

Com o palpite do Gustavo, eu já tinha cantado a pedra aqui, então vangloriemo-nos.

O São Paulo x Cruzeiro de ontem provou que o tal Giuliano Bozzano é um incompetente de marca maior. Não me lembro de ter visto um juiz inventar três pênaltis num único jogo.

Some-se isso ao assalto à mão armada que praticou contra o Flamengo no ano passado e temos o veredito: incompetente e ladrão. Não devia apitar nem futebol de botão.

O TIME DO NELSINHO



As atribulações dos últimos -- quantos? onze? -- anos fizeram de todos nós uns rubro-negros esquisitos. Uns mais, outros menos. Mas quase todos céticos quando fatos concretos, palpáveis, parecem indicar que, com um trabalho sério, a longo prazo, e perseverando naquilo em que temos acertado, podemos recuperar o brilho d’outrora. Pelo menos eu fico cá a imaginar que, no primeiro revés, nossos mui sapientes dirigentes viram tudo de pernas para o ar e abandonam o caminho reto.

Exemplo do que estou dizendo: quantos técnicos de primeira linha tivemos de 1992 para cá? Dois: Luxemburgo e -- sei que o nome causará polêmica -- Autuori. (Que me perdoem Carlinhos, Zagallo e Evaristo, que muito estimo. Mas os dois últimos, digamos assim, há tempos não falam a mesma língua dos atletas que comandam. E os sucessos do primeiro explicam-se mais pela mística rubro-negra do que por seus postulados táticos.)

Quanto duraram? Seis meses, se tanto. Um, demitido estupidamente após a derrota no Fla-Flu de 1995, num gesto bastante ilustrativo dos horizontes de curto prazo com que trabalhava o Sr. Kléber Leite. O outro teve a sua autoridade corroída pelo corpo mole de alguns atletas, comportamento criminoso que nos rendeu várias humilhações. Em ambos os casos, um certo anão pernicioso foi protagonista no jogo de bastidores que levou à queda do técnico.

Eis que, pela primeira vez desde 1997, voltamos a ter um técnico de primeira linha: inteligente, estudioso, atualizado e sabe impor sua autoridade.

Ressabiado, fico desesperado quando desconfio que nossos mui sapientes dirigentes podem inadvertidamente ter acertado uma. É o caso com o Nelsinho Batista. Ao vislumbrar pequenos progressos nessas duas semanas de trabalho, sou tomado pelo pessimismo e imagino que não vai durar. A compulsão por fazer merda é mais forte que nossos dirigentes, de Luiz Augusto Velloso para cá.

O Flamengo que venceu o Bahia hoje está longe de ser um Flamengo digno das tradições do Manto. Mas é um Flamengo já a uma distância considerável do bando que dava patadas na bola na derrota de 4 x 0 para o Fluminense.

No jogo de hoje, em mais de uma ocasião acertaram-se mais de três passes em seqüência. Continua-se errando demais, é verdade. Mas, se não é a Seleção Brasileira de 1982, também não é aquela esculhambação do Carioca, quando cada uma das escassas estrelinhas achava que ia resolver tudo sozinho, como Maradona no gol a los ingleses.

No jogo de hoje, eu vi jogadores buscando desmarcar-se, buscando o espaço vazio em vez de esperar desse nosso meio-campo o milagre de um passe do Zico a cada vinte minutos. Se não foi a Laranja Mecânica -- melhor, se não foi o Flamengo dos overlappings e pontos futuros do Coutinho --, também não foi aquele achincalhe do Carioca.

No jogo de hoje, eu vi o lateral esquerdo jogando de lateral esquerdo, o lateral direito jogando de lateral direito e a função de meia armador ser cumprida pelo meia armador. Se não é a aplicação tática da Alemanha de 1990, também não foi o Deus-nos-acuda do Estadual.

Ou seja, em vez de um bando, vi um time (ou o prenúncio de um time). Um time ruim, não nos iludamos. Um time com sérias deficiências na zaga e um time que se ressentirá muito da falta do Athirson ou do Felipe quando eventualmente não puderem jogar. Mas -- não peço muito mais que isso, por ora -- um time.

Um time capaz de, no máximo, fazer um papel decoroso no Brasileiro. Não peço muito mais que isso, por ora. Deixem o Nelsinho trabalhar. Um, dois anos, se for preciso. Mas não me venham com soluções bombásticas quando, depois das primeiras vitórias e do indefectível triunfalismo precipitado da nossa torcida, vierem as primeiras decepções e nos dermos conta de que esse, senhores, é um time ruim.

É que, com o perdão do lugar-comum, toda longa viagem começa com o primeiro passo. E o mal do Flamengo, de 1993 para cá, tem sido primeiros passos demais e longas viagens de menos.

4 de abr. de 2003

ARMANDINHO E GIULIANO

Antes de botar no ar este blog, quando minhas manifestações sobre futebol se restringiam aos botequins da vida e listas de discussão na internet, muita gente boa -- e outra não tão boa -- especulava sobre a idade do Tinhorão. A dúvida foi sanada com o post (ver abaixo) Eleven years tomorrow (que, aliás, só não se chamou Onze anos esta tarde, em vernáculo, por causa dessa minha maldita mania de exatidão).

Digo isso para contextualizar a seguinte afirmação: eu fico genuinamente surpreso quando ouço gente qualificada, insuspeita mesmo, dizer que o melhor árbitro que viu apitar foi Armando Marques. Não tenho idade para ter visto o Sr. Marques trilar o apito, distribuir cartões e fazer trejeitos (trejeitos de árbitro, não me entendam mal), mas volta e meia vejo o seu nome mencionado na historiografia futebolística nacional. Sempre por alguma trapalhada que ele aprontou.

Armando Marques foi o juiz que, na disputa de pênaltis que definiria o campeão paulista de 1973, errou uma conta que qualquer criança de dez anos saberia fazer. Por causa disso, Santos e Portuguesa tiveram de dividir o título. Dois anos antes, Armando Marques invalidou um gol legítimo de Leivinha, do Palmeiras, com o argumento inacreditável de que o atacante deu um soco na bola, e não uma cabeçada. Por causa disso, o São Paulo ficou com o troféu. Em 1974, entre outras mumunhas, anulou um gol escandalosamente legítimo do cruzeirense Zé Carlos, aos 45 do segundo tempo, e, com essa ajudinha, o Vasco conquistou seu primeiro Brasileiro roubado.

Como pode ter sido o melhor juiz do Brasil um sujeito com esse histórico -- aliás, prontuário -- é coisa que escapa à minha limitada imaginação.

As trapalhadas do Sr. Armando Marques não terminaram quando ele pendurou o apito. Dirigindo a Comissão de Arbitragem da CBF, é figurinha freqüente no noticiário esportivo, sempre que o foco deste é desviado do campo de jogo para essa choldra que se convencionou chamar "dirigentes".

A notícia que me chega pelo Gustavo deveria novamente botar o Sr. Armando Marques sob os holofotes, e novamente por uma trapalhada sua. Pois não é que a Comissão de Arbitragem resolveu escalar, para apitar o jogo mais importante da próxima rodada -- São Paulo x Cruzeiro, Oswaldo de Oliveira x Wanderley Luxemburgo --, ninguém mais, ninguém menos do que Giuliano Bozzano?

Giuliano Bozzano, aquele mesmo que roubou o Flamengo contra o Palmeiras, ano passado. Digo roubou e insisto no termo: roubou. Erros daquela magnitude, e em momentos tão determinantes, são algo mais que simples erros.

O Gustavo tem razão: o Sr. Giuliano Bozzano ainda vai dar muito o que falar neste Brasileiro.

2 de abr. de 2003

INTERVALO COMERCIAL

Escrevo mui rapidamente, entretido como estou com assuntos outros, fascinantes, de resto, que se acumulam sobre a minha mesa.

Meu colega Gustavo de Almeida -- uma alma arguta, o primeiro a reconhecer de público a isenção e a imparcialidade deste analista -- acaba de pôr no ar seu blog Nove Meses, com análises quase diárias sobre este campeonato do tamanho duma gravidez.

Muito mais à vontade para falar do que o Tinhorão -- que tomou um esporro da esposa ao fazer menção de ver Curintcha x Atlético após o término de Flamengo x Coritiba --, atentou para um fato que me escapou por completo: Giuliano Bozzano está apitando!

Giuliano Bozzano, aquele mesmo canalha que garfou o Flamengo no jogo contra o Palmeiras, no último Brasileiro. Que cuernos está fazendo trilando um apito depois daquele assalto à mão armada eu não sei. Talvez o Sr. Armando Marques possa explicar.

Um amigo catarinense jura que o Sr. Bozzano tem pai, e que o pai também aprontou muito nos campos da terra do pinhão. Pode ter pai, mas aparentemente não tem mãe.